Licenciatura
em Computação
Educação e
Diversidades – ED2
A ESCOLA E SEUS DESAFIOS
Tratar
de homofobia e preconceito racial, estereótipos e bullying no contexto escolar é algo bastante desafiador na medida
em que ainda existe grande dificuldade nas praticas pedagógicas em saber lidar
com essas situações. É comum
vivenciarmos nas escolas acontecimentos onde
existem a presença de
brincadeiras, provocações, ações fortalecidas com uso de palavras, gestos e
todo de tipo de atitude repugnantes contra sujeitos cujas características
diferem dos padrões e modelos culturalmente construídos em nossa sociedade.
Escolas mais sensíveis e atentas a problemas dessa ordem procuram iniciar
processos que combatam todo e qualquer tipo de discriminação e intolerância,
contudo o principal entrave talvez seja compreender o significado da igualdade
de todos indivíduos enquanto cidadãos, independentes de suas singularidades.
A
postura e o modo de agir com relação às diferenças que envolvam a alteridade,
seja a questão racial, religiosa, de gênero, preferencia sexual, dentre outras;
é algo coercitivo e muitas vezes já pré-concebido, o que acaba dificultando a
adoção de medidas pedagógicas e socioeducativas de combate a práticas
repugnantes contra a diversidade. Muitas vezes, seja no ambiente educacional ou
até mesmo em qualquer outra esfera da sociedade, a ausência de informação no
trato desses assuntos, bem como a falta de um diálogo aberto e transparente,
acaba por contribui para o seu agravamento. A educação como um todo, necessita
de princípios norteadores estruturados na diversidade cultural e que possam garantir
a cidadania e a equidade.
As
questões étnico-racial, religiosa,
cultural, territorial, físico-individual, geracional, de gênero, de orientação
sexual, de opção política, de origem (nordestino), de classe social, dentre
outros; devem ser temas amplamente discutidos no contexto educacional,
ampliando-se o leque de informações que visem combater a violência e a
discriminação. É indispensável a adoção de material didático e pedagógico cujo
foco seja, dentre outros; o de respeito
a diferença, e do reconhecimento do
outro também com um ser social, colocando em xeque a problemática que envolva a
convivência com a diversidade e a manifestação de repulsa e intolerância delas
resultadas.
O cotidiano das relações sociais de alunos entre si
e de alunos com professores no espaço escolar, deve ser capaz de combater
entraves ocasionados por conflitos oriundos de sentimentos etnocêntricos e
deterministas. O espaço educacional ao lado do ambiente familiar, deve ter
condições de assumir um lugar privilegiado nas vidas de todos os atores
envolvidos nesse processo, sendo capaz de provocar de forma positiva reflexões
acerca da diversidade e conscientizar alunos e professores sobre a importância
de minimizar e se possível eliminar os graves problemas oriundos dos estigmas
sociais que envolvam os sujeitos tido como diferentes.
Hoje em dia a violência é algo que
faz parte do nosso cotidiano social, sendo que em alguns casos está relacionada
aos mais diferentes tipos de discriminação. Comumente temas como homofobia
(violência contra homossexuais), intolerância religiosa, racismo (violência
contra negros e indígenas), violência infantil, violência contra mulheres, dentre outros; ainda são vistos em
plena contemporaneidade. Mesmo com
atuação governamental através de programas e políticas de combate a esse tipo
de violência e com a presença maciça de inúmeras instituições, seja de ordem
social, religiosa, política; cabe a família, primeiramente, seguido pelas
instituições educacionais, lugar de primazia e de grande relevância no
combate a qualquer tipo de agressividade
contra o outrem.
A capacidade de dirimir os conflitos
enfrentados dentro das próprias escolas e contribuir para formação de sujeitos
que valorizem a diferença ainda em um processo em formação em nossa sociedade.
É extremamente importante praticas pedagógicas, bem como a elaboração dos currículos e materiais de
ensino que levem em conta a diversidade de culturas e de consciências coletivas
dos mais diferentes grupos que integrem nossa sociedade. A elaboração de planos de combate à discriminação contra
homossexuais, negros, mulheres, orientação religiosa, dentre outros tipos; é
algo que deve ser discutido o quanto antes e deve ser aplicado não só na
escola, mas em todos as esferas sociais.
O ambiente escolar deve ser capaz de
avançar nas discussões que envolvam a realidade social de nossas comunidades,
uma vez que temas relacionados às diferentes identidades, a singularidade dos
indivíduos, a diversidade, a sexualidade, as relações raciais e de gênero,
estão sempre em foco no nosso cotidiano. Obviamente que tais temáticas não
necessariamente devem-se assumir o lugar de conteúdos didáticos fundamentais
para o pleno desenvolvimento do conhecimento humano no processo que envolve o
ensino e a aprendizagem; antes, devemos ser capazes de discernir como tais
processos estão presentes na formação humana, fatores que influenciam a
formação do caráter dos indivíduos e por ter um aspecto emergencial deve ser
amplamente trabalhado nas escolas, na tentativa de contribuir para uma
convivência harmônica entre todos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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